Vagina?

Ainda bem que vivemos novos tempos. Se eu vivesse num outro tempo, que não os tempos modernos, seria queimada em uma grande fogueira dedicadas as mais terríveis feiticeiras,  como Joana D'arc o foi também.
Mais livre estou para viver e sentir os tempos modernos, libertino, auspicioso, luxuriante, de uma embriaguez torpe.
É preciso viver! É preciso fazer parte da história. Não ser um mero coadjuvante.

A minha vida social começou quando dei-me conta da vagina pentelhuda que se apresentava na minha virilha. Desesperei-me por que não sabia o que fazer com ela. Tive que ser forte e encarar a realidade: sou uma mulher; viverei como uma mulher; morrerei como tal. Isso é um fato desolador.
Na minha humilde concepção mundana o planeta na qual habito me era totalmente masculino. Hoje, acrescida minha experiência de vida, concluo, quase como um p.h.D. em física quântica, que o universo ao meu redor é gay, totalmente por sinal, e o resto que parece pertencer aos homens na verdade é ideia machista imposta por eles. (Como se deu essa reviravolta da sociedade matriarca para a patriarcal é uma longa história. Sugiro que leia o Segundo Sexo, de Simone de Beauvoir).

Não sou homossexual -nenhuma refutação contra. A princípio tive minhas dúvidas, devido ao terror causado psicologicamente pela recente descoberta - vagina - mas nada que viesse a sugerir uma forte atração por alguém que fizesse uso do mesmo aparelho reprodutor que o meu. De fato, como eu queria ter nascido homem e a natureza não me favoreceu, comecei a desejar ser o objecto homem.
Não me entendia como mulher.


3 comentários:

Unknown disse...

Este texto só confirma a qualificação que já te revelei: mulher esclarecida. Além disso, com uma castração mui bem resolvida e com um afirmativo posicionamento sexual na sociedade.

Zé Marx disse...

Wow!!

Unknown disse...

nossa bem ousadeo esse capitullo da vagina né? muitas mulheres vão se identifik com ele.